sábado, 21 de março de 2015

Educação Contemporânea - uma história para nunca acabar...

Primeiras horas de outono e já fico a imaginar os espaços e tempos a mudarem. Um certo dourado sutil a matizar dias e noites. Sopros de um vento que acalma o coração e nos abraça a granular os caminhos. A vida seguindo seu fluxo, nas terça e quintas "insanas", com algumas dezenas de licenciandos e licenciandas com quem passo a compartilhar "palavras, guardadas em velhos frascos de cristal", que estavam a nossa espera para, tal qual espelhos, se desmanchar em faíscas que têm nome. 
Um nome grande - EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA: CURRÍCULO. DIDÁTICA, PLANEJAMENTO. 
Um nome que se desdobra e vive nas expectativas e frustrações de cada um, nos desejos, nas (in)certezas, no jogar-se de uma mesa nos braços dos colegas, no inventar uma máquina, no novelo de lã, nas rodadas de conversa, nas oficinas, nas vozes misturadas nas quais reverberam diferentes sotaques sociais e culturais, variadas (des)crenças, (in)tensos modos de se descobrir produtor de saberes docentes desde já e desde sempre. 
Um nome que lembra deslocamento para uma escola-parceira na zona sul, piquenique noturno na FACED, café expresso e... paradigmas, perspectivas curriculares, culturas juvenis, identidades docentes, violência na/da/à escola, planejamento, avaliação.
Um nome que lembra muitos colegas da educação básica com quem a docência é compartilhada em mais de um encontro ao longo do semestre.
Um nome que lembra entre-lugares, equívocos, surpresas, sentidos outros, autorias, artistagens.
Um nome que lembra 
INVENÇÃO DA DOCÊNCIA,
DOCÊNCIA COMO ESCRITA DE SI.
Um nome que lembra "A casa das palavras" de Eduardo Galeano.
Casa das palavra que ofereço à leitura de todos com um convite: que essa casa tenha nosso jeito e que, nela, possamos aprender uns com os outros, reconhecendo a potência dos saberes que circulam e chegam até nós por meio de tantos caminhos, mestiçados por tantas cores.

A casa das palavras
Na Casa das  Palavras, sonhou Helena Villagra, chegavam os poetas.
As palavras, guardadas em velhos frascos de cristal,
esperavam pelos poetas e se ofereciam,
loucas de vontade de ser escolhidas:
elas rogavam aos poetas...
que as olhassem... as cheirassem... as tocassem... as provassem!
Os poetas  abriam os frascos,
provavam palavras com o dedo e então...
lambiam os lábios ou fechavam a cara.
Os poetas andavam em busca de palavras que não conheciam,
e também buscavam palavras que conheciam e tinham perdido.
Na casa das palavras havia uma mesa das cores.
Em grandes travessas as cores eram oferecidas,
E cada poeta se servia da cor que estava precisando:
amarelo-limão ou amarelo-sol,
azul do mar ou de fumaça,
vermelho-lacre, vermelho-sangue, vermelho-vinho...


QUE ESTE SEJA MAIS UM SEMESTRE DE HISTÓRIAS PARTILHADAS, DOCÊNCIAS INVENTADAS E AMIZADES DESCOBERTAS... AMIZADES ENTRE NOSSOS SABERES.






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